CAPÍTULO 12

Após algumas horas pela rodovia, TJ deixou a estrada e passou por uma ponte sobre um rio lento e caudaloso. Ele parou o carro sob uma árvore frondosa.

"Ótimo, hora de nadar", gritou Cody, pulando para fora da caminhonete e começando a tirar a roupa.

TJ e Stian o seguiram e não demorou muito três corpos nus mergulhavam na água clara e fria. Cody admirou Stian cruzando a água a nado. Ele era um nadador muito bom.

"Hei, Stian", gritou TJ, "você nada por alguma equipe?"

Stian riu.

"Eu sou tão bom assim?"

"Se é!", gritou Cody. "Eu estou no time de natação da minha escola e posso dizer que você é danado de bom."

"Hei, eu quero ver vocês apostando corrida um contra o outro."

"Por mim tudo bem", disse Stian. "Vamos apostar cruzar o rio, Cody?"

Cody começou a se sentir nervoso. Ele não queria se sentir diminuído na frente de TJ mas ao mesmo tempo não podia recusar o desafio. Se ele recusasse, ia parecer que ele estava com medo.

"Tá, tudo bem."

Os três se perfilaram, nus, na margem do rio.

"Prontos?... Agora!", gritou TJ.

Os dois mergulharam na água e puseram-se a nadar. TJ também sabia nadar, mas ele nunca fora um bom nadador. Uma competição como aquela não era para ele.

Os dois meninos davam o máximo de seus músculos enquanto deslizavam pela água clara. As pernas batiam furiosamente e a água fervilhava atrás deles. A cada respirada, Cody podia ver que Stian estava logo ali, ao lado dele. Seus braços pesavam como chumbo, fazia algum tempo que ele não nadava, desde que a temporada terminara, e ele não se sentia mais em forma. Stian também via Cody a seu lado e acelerou as braçadas, sentindo que ia mais rápido. Lá da margem, TJ podia ver que Stian se adiantava em relação a Cody.

Cody esforçou-se ainda mais e a margem oposta pareceu mais próxima. Ele alcançou Stian exatamente quando este alcançava a margem. Eles a tocaram ao mesmo tempo e ergueram juntos o braço a sinalizar para TJ.

"Puta que pariu!", gritava TJ de entusiasmo.

Cody olhou para Stian.

"Você afrouxou. Poderia ter me vencido facilmente. Por que fez isso?"

Stian estava respirando ofegante, seu estômago arfando para frente e para fora, seus músculos abdominais perfeitamente definidos.

"Eu não conseguiria manter esse ritmo. Mais alguns metros e você teria vencido, Cody."

"Vamos apostar a volta?", perguntou Cody rindo.

"De jeito nenhum", riu também Stian.

Eles nadaram lentamente de volta aonde estava TJ.

"Vocês dois são danados de bons. Olha, eles têm um campeonato de verão lá em Bowling Green. Todas as escolas tomam parte. Por que você não participam?"

"Porque nós não somos das escolas de lá, simples."

"Então inscrevam-se num curso de verão, vamos lá, façam isso por mim. Eu quero ver vocês ganharem aquele torneio."

Cody olhou fixamente para TJ.

"Inscrever-se na escola? Em plenas férias? Você endoidou?"

"Ora, Cody, não pode ser tão ruim assim. você pode se inscrever em educação física e apenas treinar natação durante as aulas."

Cody podia ver o apelo na expressão de TJ.

"Está bem, mas se houver algum maldito dever de casa, vocês é que vão fazer!"

Os três caíram na risada.

Sentaram-se, já de cuecas, sob as árvores e comeram os sanduíches que TJ comprara na lanchonete. Stian de repente perguntou:

"Vocês dois são gays?"

TJ olhou para ele:

"Por quê?"

Stian então olhou para o chão.

"Porque eu penso que eu sou."

"Mas por que você diz isto?", perguntou TJ.

"Bem, você sabe, esta manhã, quando eu estava chupando seus paus..."

"Sim?"

"Bem, foi a primeira vez que eu fiz isto – mas eu gostei. Gostei demais. E quando eu vejo vocês tirando a roupa, quando eu vejo seus corpos, eu sinto que estou ficando de pau duro. Sinto como se fosse gozar."

"Você gostas de garotas, Stian?"

"Sim."

TJ aproximou-se dele.

"Bem, eu e Cody também gostamos de garotas, mas nós também gostamos de olhar para garotos e nós gostamos de mais quando nós dois nos tocamos."

Cody podia ver que Stian prestava atenção ao que TJ falava. Este continuou:

"Bem, então nós dois somos bi – ou seja, gostamos tanto de garotos quanto de garotas."

Stian sorriu.

"Esta manhã, eu pensei que vocês dois fossem me criticar depois que eu fiz o que fiz"

Cody se intrometeu:

"Hei, viking, se você não tivesse feito aquilo nós o teríamos amarrado a cama e o estuprado."

Os três rolaram pelo chão de rir.

A viagem continuou.

"Faltam umas 70 milhas, caras. Esta é a Estrada Briley. Vamos por ela até a Interestadual 65, depois casa."

"Eu estou um pouco nervoso", disse Cody, coçando instintivamente a virilha.

"Não precisa, meus pais estão realmente querendo conhecê-lo."

"E eu?", perguntou Stian.

"Não se preocupe, Stian. Eu liguei para casa lá da lanchonete e falei com meus pais sobre você. Eles disseram que você pode ficar o tempo que quiser."

"Isso é legal demais!", sorriu Stian.

Tanto Cody quanto Stian acabaram adormecendo. TJ ligou o rádio. Todas as rádios tocavam músicas de Frank Sinatra. O "Velhos Olhos Azuis" morrera naquela manhã, diziam as notícias.

BOWLING GREEN 5 MILHAS

TJ leu a placa. Poucos minutos depois viu o acesso para a US231. Virou nela e acordou Stian e Cody.

"Hei, caras, estamos quase lá."

TJ estava animado de voltar para casa. Ele sentia saudades dos pais, dos irmãos, do cachorro e agora ele ainda tinha seu melhor amigo com ele, além de um novo amigo dos dois – o que poderia ser melhor?

Cody e Stian limparam os olhos com a borda das camisetas.

TJ entrou com o carro pelo acesso de uma casa, parou e desligou o motor. Sua mãe e seu pai saíram da casa para recebê-lo. Sua mãe o agarrou, deu-lhe um abraço bem apertado e um beijo.

"Que saudades, meu filho!"

"Oi, mãe. Eu também senti saudades. Oi, pai." E ele abraçou o pai.

"Pai, mãe, quero lhes apresentar o Cody, da África do Sul."

O pai de TJ estendeu a mão.

"Oi, Cody, sinto como se já conhecesse você tão bem quanto meus próprios filhos. Seja bem-vindo a nossa casa."

A mão de TJ deu um abraço apertado em Cody.

"Bem-vindo à América, Cody."

"E este é o Stian, de quem eu lhes falei no telefone."

"Oi, Stian, indo para a Califórnia, não é? Quem é que gostaria de morar lá?"

Stian sorriu ao apertar a mão do pai de TJ.

"Obrigado, senhor."

Stian também ganhou um abraço apertado da mãe de TJ. Dar abraços era a especialidade dela. Os garotos a adoraram.

Eles entraram na casa. O pai de TJ seguia a seu lado.

Seus irmãos estarão em casa daqui a pouco. Seu primo Mark também, por certo. Ele tem sido um pé no saco todo os dias, perguntando onde está o TJ, quando é que o TJ volta, se falta muito... Um saco. Por que ele não pode ser como os meus primos – nós nos odiamos uns aos outros."

TJ sorria ao ouvir seu pai reclamar de Mark.

"Meninos, você não querem um pedaço de torta?"

Cody olhou ao redor. TJ sempre lhe dissera que sua família parecia a família do filme "América Selvagem". Ele estava certo. Cody adorou estar ali.

Os três meninos se sentaram, enquanto a mãe de TJ trazia uma torta para a mesa. TJ pegou um pedaço. Seu pai olhou para ele.

"Você não vai dar graças?"

TJ ficou vermelho.

"Desculpe, pai. Eu estava distraído."

Os cinco juntaram as mãos. TJ deu graças pela viagem segura que tinham tido.

FIM

Essa história continua em:


BREVE

Estrangeiros em Bowling Green